Antes de começarmos a
estudar a heliosfera solar é preciso entender e fixar alguns conceitos simples de
astronomia para que eles fiquem bem claros para todas as pessoas:
O Sol é apenas uma
estrela da Via Láctea, a nossa galáxia, enquanto que o Sistema Solar é o
conjunto formado pelo Sol e todos os seus planetas, planetoides, luas, cometas,
asteroides e demais objetos do espaço que estão submetidos à atração da força
gravitacional do Sol e giram à sua volta. O Sol tem um determinado tamanho,
enquanto que o Sistema Solar é de tamanho muito maior, chegando até a região
exterior da Nuvem de Oort. Clique na imagem abaixo para ver as distâncias comparativas das estruturas do Sistema Solar :
Da mesma maneira, a Heliosfera
é apenas a região aonde chegam as partículas do vento solar, ou seja, estas
partículas conseguem chegar apenas até o começo do Cinturão de Kuiper. Os
cientistas acreditam que depois do Cinturão de Kuiper predominam as
temperaturas bem próximas do Zero Absoluto! Porém, depois da heliosfera do Sol,
a força gravitacional solar ainda continua a agir até o final da grande Nuvem
de Oort!
A temperatura na
superfície do Sol é tão alta, (cerca de um milhão de graus Celsius), que faz
com que as partículas escapem do seu campo gravitacional. Assim se forma o
vento solar, que é uma chuva de partículas que se espalham em todas as direções
pelo espaço, a partir do Sol. Esta chuva de partículas atinge a Terra e todos
os demais planetas que cruzam ou estão localizados dentro da heliosfera solar,
inclusive alguns planetoides que estão dentro do Cinturão de Kuiper.
Alguns cientistas estão projetando naves espaciais que aproveitam o empuxo proporcionado pelo vento solar, são os chamados veleiros espaciais. Em 2010 o Japão lançou o primeiro veleiro espacial chamado Ikaros.
A cada segundo, o Sol
ejeta cerca de um milhão de toneladas de matéria que vão constituir o chamado vento
solar. O vento solar é constituído por partículas tais como elétrons, prótons,
neutrinos, e também partículas carregadas de átomos ionizados, enfim, o vento
solar é repleto de elétrons e de núcleos de átomos abundantes no Sol, como os
núcleos do hidrogênio e do hélio.
O tamanho aproximado da Heliosfera Solar
é cerca de 100 vezes a distância que separa a Terra do Sol, ou seja, é
equivalente a cerca de 100 UA, (100 Unidades Astronômicas). Depois disso a Heliosfera
esfria e se dissipa no meio dos blocos de gelo do Cinturão de Kuiper. (Verifique o tamanho aproximado da Heliosfera Solar na segunda imagem deste artigo).
Como já vimos, o Sistema
Solar é bem maior do que a Heliosfera, e ele viaja pelo espaço, em volta do
centro da nossa galáxia. Em seu trajeto pelo espaço sideral, o Sistema Solar
vai colidindo com o vento interestelar, proveniente de outras estrelas e do
núcleo da Via Láctea. Na figura abaixo vemos o provável movimento do Sistema Solar em torno do centro da Via Láctea.
Os astrônomos acreditam
que no Cinturão de Kuiper pode haver vida, mesmo porque o vento solar consegue
chegar até lá. Quando existe uma mistura do material encontrado nos blocos de
gelo do Cinturão de Kuiper com os íons de plasma do vento solar, pode haver o
surgimento de material orgânico e de algumas moléculas biológicas, tais como os
aminoácidos! Esta é a chamada Evolução Química da Vida e pode explicar como a
vida se formou em nosso planeta, ou chegou até aqui por meio de cometas, que
caíram no nosso passado remoto.
A órbita do Planeta
Sedna cruza a Heliosfera Solar e chega até a Nuvem de Oort Interior, ou Nuvem
de Hills. Sedna demora cerca de 11.400 anos para dar uma volta completa ao
redor do Sol! Alguns cientistas acreditam que o Planeta Sedna tem altas
concentrações de material orgânico em sua superfície, e que ele também pode
estar orbitando uma outra estrela anã-marrom, companheira do Sol, chamada
Nêmesis. Neste caso, o Sol faria parte de um sistema binário de estrelas!
Ao contrário do que
algumas pessoas pensam, a Heliosfera do Sol não é circular, e também não é uma
faixa contínua e brilhante seguindo o trajeto do Sol pela nossa galáxia! Alguns
cientistas descobriram que, à medida que o Sol viaja pela Via Lactea, de cada
lado do Sol se forma um jato de partículas que formam duas pequenas caudas, na
parte trazeira da Heliosfera Solar.
Assim, a forma da Heliosfera seria como a forma
de um gigantesco bumerangue australiano! Pessoalmente, eu acredito que o
Sistema Solar esteja se comportando como um gigantesco bumerangue espacial, e
executando a sua órbita serpenteando ao redor do buraco negro existente no centro da
nossa galáxia! Este movimento seria semelhante ao movimento de um bumerangue! Mas, para dar esta gigantesca volta, o Sistema Solar demora cerca de
227 milhões de anos!
A Heliosfera protege os
planetas do Sistema Solar da grande quantidade de radiação existente nos raios cósmicos
interestelares!
A Heliopausa é uma região que fica no final da Helioesfera solar,
e que separa a influência do plasma solar, (vento solar), da influência causada pelo Vento
Interestelar.
A Heliopausa é uma
região de atrito entre os dois tipos de vento, o vento solar e o vento
interestelar. Por isso, as temperaturas nesta região da Heliosfera são maiores,
chegando até a ordem de milhões de graus Kelvin.
Na figura acima podemos ver as partes componentes da nave espacial Ikaros, o primeiro veleiro espacial, lançado pelo Japão em 2010, para estudar o Planeta Vênus. Esta nave aproveitava-se do vento solar para alcançar uma aceleração constante.
Na figura acima podemos ver as partes componentes da nave espacial Ikaros, o primeiro veleiro espacial, lançado pelo Japão em 2010, para estudar o Planeta Vênus. Esta nave aproveitava-se do vento solar para alcançar uma aceleração constante.